Numa parceria entre o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Mariana e a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) a pesquisa “Desenvolvimento de uma metodologia de gestão de riscos nos mananciais de abastecimento do município de Mariana”, visa proporcionar a produção de água de qualidade, em quantidade suficiente para o abastecimento da população, com preços acessíveis e com limites de riscos aceitáveis para a saúde.
O SAAE de Mariana é um dos pioneiros, no Brasil, na gestão de riscos em mananciais de captação. Nesse sentido, sob coordenação da bióloga, Isabel Francisco de Araújo Reis, e da química, Rubhia Marianna Maciel de Morais, ambas parte do quadro de profissionais da autarquia, foi apresentado, no 32º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental o trabalho técnico denominado “Plano De Segurança Da Água: Desenvolvimento De Uma Metodologia De Gestão De Riscos Em Mananciais De Captação Do Distrito Sede Do Município De Mariana, Mg, Brasil”.
O evento, que ocorreu em Belo Horizonte, foi realizado entre 21 e 24 de maio de 2023 e é um dos principais momentos de discussão e trocas de conhecimentos do país, sendo um local de prestígio no campo da Engenharia Sanitária e Ambiental.
A pesquisa é de grande relevância para a população de Mariana, pois, por meio dela, foram identificados eventos perigosos que podem estar associados aos mananciais de captação dos distritos rurais e do distrito sede de Mariana, como, também, classificou os riscos associados a esses eventos, propondo, dessa forma, medidas de controle a fim de que esses possam ser mitigados. O trabalho é uma ferramenta de gestão e é desenvolvido mundialmente.
O estudo insere-se no Plano de Segurança da Água, que é uma metodologia regulamentada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), segue recomendações da Portaria n. 888, de 04 de maio de 2021 (BRASIL, 2021) e está regulamentado na atual ABNT NBR n.17080, de 02 de fevereiro de 2023 (ABNT, 2023), visando o gerenciamento de perigos nas fontes de água subterrâneas e superficiais.
Para a bióloga: “por meio da gestão de risco nos mananciais de captação, pudemos mapear cerca de 30 pontos de captação do município de Mariana, identificando os perigos e classificando os riscos. Na medida em que você classifica um risco você consegue indicar medidas de controle, ou seja, intervenções para serem realizadas no sistema de abastecimento que serão baseadas na gravidade desse risco.”
Por fim, Isabel Reis acrescentou: “a quantidade mananciais que conseguimos aplicar metodologia e avaliar é inédito no Brasil.”
A pesquisa está disponível no acervo da UFOP.